Anubis é o deus egípcio da mumificação e da vida após a morte, assim como o deus padroeiro das almas perdidas e dos indefesos. Ele é um dos deuses mais antigos do Egito, que provavelmente se desenvolveu a partir do primeiro (e muito mais velho) deus chacal Wepwawet, com quem ele é frequentemente confundido. A imagem de Anúbis é vista em tumbas reais da Primeira Dinastia do Egito (c. 3150-2890 a.C.) mas é certo que ele já tinha desenvolvido um culto que se seguiu antes deste período para ser invocado nas paredes da tumba para proteção. Acredita-se que ele tenha se desenvolvido em resposta a cães selvagens e chacais escavando cadáveres recém enterrados em algum ponto do Período Pré-Dinástico no Egito (c. 6000-3150 a.C.), pois os egípcios acreditavam que um poderoso deus canino era a melhor proteção contra caninos selvagens.
Ele é retratado como um canino negro, um híbrido de cão chacal com orelhas pontiagudas, ou como um homem musculoso com a cabeça de um chacal. A cor preta foi escolhida pelo seu simbolismo, não porque os cães ou chacais egípcios fossem pretos. O preto simbolizava a decadência do corpo, bem como o solo fértil do Vale do Rio Nilo que representava a regeneração e a vida. O poderoso canino negro, então, era o protetor dos mortos que se assegurava de receber os seus devidos direitos no enterro e se mantinha ao seu lado na vida após a morte para ajudar na sua ressurreição. Ele era conhecido como “Primeiro dos Ocidentais” antes da ascensão de Osíris no Reino do Meio (2040-1782 a.C.), o que significava que ele era o rei dos mortos (como “ocidentais” era o termo egípcio para as almas falecidas na vida após a morte, que estavam para o oeste, na direção do pôr-do-sol). Neste papel, ele foi associado com a justiça eterna e manteve esta associação mais tarde, mesmo depois de ter sido substituído por Osíris, que recebeu então o título honorário de “Primeiro dos ocidentais”.
Remove Anúncios
Advertisement
Em tempos anteriores, Anubis era considerado filho de Ra e Hesat (associado a Hathor), mas após a sua assimilação ao mito de Osíris foi considerado filho de Osíris e da sua cunhada Nephthys. Ele é o deus mais antigo retratado nas paredes do túmulo e invocado para proteção dos mortos e geralmente é mostrado cuidando do cadáver do rei, presidindo a mumificação e funerais, ou estando com Osíris, Toth, ou outros deuses no Pesar do Coração da Alma no Salão da Verdade na vida após a morte. Uma imagem popular de Anúbis é o homem em pé ou ajoelhado com a cabeça do chacal segurando a balança de ouro na qual o coração da alma foi pesado contra a pena branca da verdade. Sua filha é Qebhet (também conhecido como Kabechet) que traz água fresca para as almas dos mortos no Salão da Verdade e conforta os recém falecidos. A associação de Anubis com Nefthys (conhecido como “Amigo dos Mortos”) e Qebhet enfatiza seu papel de longa data como protetor dos mortos e guia das almas na vida após a morte.