Timothy C. Hain, MD. – Página modificada pela última vez: 28 de Abril de 2019
Uma fonte rara de tinnitus é a danificação do pescoço. O conceito aqui não é que a lesão no pescoço cria som, mas sim que a entrada do pescoço pode modular as estruturas do tronco cerebral que estão envolvidas na geração do som. Acreditamos que ela existe com base em casos que temos encontrado ao longo dos anos em nossa prática clínica. Pensamos que o zumbido cervical é raro. No entanto, há alguns autores que afirmam que ele ocorre “muito frequentemente” (Montazem, 2000). Uma revisão sistêmica em 2018, que incluiu 24 artigos sobre o assunto, afirmou que “Há fraca evidência para uma associação entre o zumbido subjetivo e o tinido cervical”. (Bousema et al, 2018).
Diagnóstico:
Diagnóstico do zumbido cervical é por história. É um zumbido subjetivo, que o examinador não consegue ouvir. Deve-se confiar no paciente para documentar um som que muda de acordo com o movimento do pescoço.
O diagnóstico de zumbido somático cervicogênico (TBC) é feito quando a característica predominante é a coincidência temporal do aparecimento ou aumento da dor cervical e do zumbido. (Michiels et al, 2015). Também consideraríamos o zumbido como provavelmente cervical, se ele aparecesse após uma lesão que estivesse claramente confinada ao pescoço, ou se fosse produzido somente após manipulação do pescoço (como massagem).
As características necessárias para diagnosticar o zumbido cervical incluem:
- Bom evidência de doença cervical (i.e. estudos de imagem apropriados)
- Uma ou mais
- Modulação do zumbido por manipulação do pescoço (como bloqueio)
- Modulação do zumbido por massagem, tratamento quiroprático, ou viragem do pescoço.
- Sem alternativa razoável
Mecanismo:
Rintilância cervical, como a vertigem cervical, é provavelmente devida principalmente a alterações nas estruturas do tronco cerebral envolvidas com a audição, como resultado de alterações na entrada cervical. Em outras palavras, provavelmente é uma variante do zumbido somático (Levine, 1999). Em geral, pensa-se que o input cervical pode modular as estruturas neurais relacionadas à audição no tronco encefálico (Shore et al, 2007).
Tratamento:
Em geral, as condições cervicais são tratadas tratando o pescoço — alívio de espasmo e dor. Cherian et al (2013) relataram resposta em um único paciente à fisioterapia. Como este é um único relato de caso, pouco pode ser concluído. Entretanto, achamos que a idéia geral é boa – – uma pessoa deve tratar o zumbido cervical tratando o pescoço.
Levine (2007) sugeriram que o tratamento cervical foi mais bem sucedido em indivíduos com zumbido assimétrico (na combinação), mas com audição normal.
McCormick et al (2015) relataram tratamento com sucesso com esteróides epidurais cervicais em um único paciente. Encontramos pacientes que responderam a injeções de esteróides epidurais cervicais (ICEA) em outros níveis também (C4-C5).
Koning et al (2015) relataram tratamento bem sucedido do zumbido em geral a partir de um bloqueio de radiofreqüência do gânglio simpático cervical superior. Pensamos que esta é provavelmente uma resposta placebo, pois não existe uma razão razoável para que este tratamento afecte o ouvido interno.
Vanneste et al (2010) relataram tratamento com sucesso em 18% dos 240 pacientes com zumbido modulado por eventos somatossensoriais, usando TENS C2. Isto, claro, inclui um número muito grande de pacientes com zumbido comum, já que o zumbido da maioria das pessoas aumenta com, digamos, o aperto do trabalho. Esta resposta é semelhante ao placebo.